Diário do Mercado na 4ª feira, 27.03.2019
Ibovespa fecha na mínima do dia com cenário doméstico e externo
Comentário.
O mercado acionário brasileiro sofreu forte pressão vendedora neste pregão. Internamente, os agentes consideraram como revés a aprovação da PEC (Proposta de Emenda Constitucional) do orçamento impositivo na Câmara dos Deputados, em posicionamento discrepante de interesse do governo.
O Ministro da Economia esteve em audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal, mas, aparentemente, não conseguiu induzir um otimismo maior aos congressistas em relação ao trâmite da reforma da previdência.
No mercado externo, a piora da inversão da curva de juros, com as rentabilidades dos títulos do Tesouro norte-americano (Treasuries) com vencimentos até um ano superando a rentabilidade do título de 10 anos (referência do mercado), seguiu sinalizando que os agentes estão temerosos de uma possível desaceleração econômica (ou até recessão) nos Estados Unidos nos próximos doze meses.
No Brasil, neste quadro, o dólar comercial avançou a R$ R$ 3,9540 (+2,25%), no maior fechamento desde 1º de outubro do ano passado (R$ 4,0290). A curva da estrutura a termo da taxa de juros teve forte elevação como um todo, em compasso com o comportamento do dólar no mercado doméstico e com a movimentação dos títulos do tesouro norte-americano.
Ibovespa.
O mercado vira rápido. E virou no dia, vindo abaixo de uma resistência próxima aos 93 mil pts, encerrando na mínima do dia. Somente a ação da Suzano (SUZB3: R$ 47,47; +1,87%) terminou positiva.
O Ibovespa fechou aos 91.903 pts (-3,57%), acumulando -1,95% na semana, -3,85% no mês, +4,57% no ano e +9,66% em 12 meses. O giro financeiro preliminar da Bovespa foi de R$ 17,379 bilhões, sendo R$ 16,795 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
No dia 26 de março (último dado disponível), houve saída líquida de capital estrangeiro de R$ 526,125 milhões, acumulando R$ 3,516 bilhões em março e R$ 2,422 bilhão no ano.
Câmbio e CDS.
A divisa norte-americana acelerou ante o real. O movimento combinou fatores externos, ressoando uma maior aversão ao risco no exterior, e também internos, com o mercado aguardando maiores informações nas negociações da Previdência e no cenário político local.
O dólar comercial (interbancário) encerrou cotado a R$ 3,9540 (+2,25%), acumulando variações de +5,36% no mês, +2,04% no ano e +18,81% em 12 meses.
Risco País
O risco medido pelo CDS Brasil subiu a 184 pts versus 174 pts do pregão anterior.
Juros.
Os juros futuros em sua sessão regular tiveram forte alta ao longo de toda sua curva de estrutura a termo, influenciadas fortemente pelo mau humor tanto no mercado interno, como no externo, bem como pressionados pela valorização do dólar sobre o real.
Em relação à véspera: o DI janeiro/20 fechou em 6,56% de 6,46%; o DI janeiro/21 passou a 7,27% de 7,09%; o DI janeiro/23 subiu a 8,47% de 8,24%; e o DI janeiro/25 avançou a 9,05% de 8,83%.
Agenda Econômica.
No Brasil, a confiança do consumidor (FGV) recuou 5,1 pts em março ante fevereiro, marcando 91 pts, bem como acumulou baixa de 5,6 pts no primeiro bimestre do ano.
A Dívida Pública Federal, que inclui a interna e a externa, subiu 1,7% em fevereiro, atingindo R$ 3,873 trilhões, versus R$ 3,808 trilhões em janeiro.
Em fevereiro, a Dívida Pública Mobiliária Federal interna (DPMFi) cresceu 1,69%, indo a R$ 3,731 trilhões; e a Dívida Pública Federal externa (DPFe) avançou 2,24%, alcançando R$ 141,92 bilhões.
Para a semana
Brasil: IGP-M/FGV; Taxa de desemprego (PNAD); Resultados primário e nominal do setor público.
EUA: PIB; Consumo pessoal; Renda e Gastos pessoais; PCE – núcleo (inflação); Vendas de casas novas; Índice Confiança da Universidade de Michigan.
França: IPC;
Alemanha: IPC; e
Reino Unido: PIB.
Confira no anexo a integra do relatório de análise do comportamento do mercado na 4ª feira, 27.03.2019, elaborado por HAMILTON ALVES, CNPI-T, integrante do BB Investimentos
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